Aristóteles nos traz aspectos de governança corporativa e propósito.
ARISTÓTELES (sou fã dele) é tido por muitos como o pai da ÉTICA. Ele dizia que todo o CONHECIMENTO e todo o TRABALHO visam algum bem (não se trata de “bem” material). A busca do bem é o que diferencia a ação humana dos animais (embora alguns animais busquem o bem da espécie humana mais do que o contrário). Aristóteles considera as virtudes éticas (Justiça, Coragem e Temperança), como habilidades complexas racionais, emocionais e sociais. Para viver bem precisamos de uma “gestão” adequada e alinhamento da amizade, do prazer, da virtude, da honra, do material e do respeito. Esses são os “bens”. Agora vamos raciocinar juntos:
Para entender e conduzir esse processo devemos adquirir capacidade de discernir, por meio da educação adequada e hábitos eticamente aceitos. Portanto, a sabedoria, como concebida por Aristóteles, não pode ser adquirida apenas aprendendo as regras (regras podem ser impostas sem a nossa vontade – por um regime sem o seu voto, por exemplo). As habilidades emocionais e sociais nos dão a compreensão de bem-estar em sinergia com nossa capacidade de julgamento.
Ao analisar o raciocínio acima, você verá o quanto estamos longe desse alinhamento devido as virtudes e valores desconexos, conflitantes e limitados. Tudo, mas absolutamente tudo recairá na deficiência da EDUCAÇÃO. Meu maior receio contudo é a fraqueza emocional e social dos EDUCADORES, susceptíveis aos primeiros conceitos, sem a devida capacidade de análise e julgamento. O que corre mais risco e perigo além da Ética?
Orlando Merluzzi
Platão (o mestre) e Aristóteles.
Na imagem, Aristóteles (à direita da imagem que vemos) ao lado de seu mestre Platão. Aristóteles carrega a Ética em suas mãos (Ética a Nicômaco, escrito para seu filho) e Platão segura o Timeu (diálogos de Platão, 360 a.C.).